Não vos vou falar do número de mulheres que todos os dias são
vítimas de violência doméstica… mas posso-vos falar da angústia que tenho todos
os dias ao ouvir as notícias.
Felizmente não conheço ninguém nessa situação, pelos menos
que eu saiba disso, ou pelo menos até ontem ter ouvido que uma em cinco
mulheres é vitima de violência doméstica (eu disse que não falava de
números…mas é tão mais forte que eu…). Revolta-me qualquer tipo de violência,
mas mais revolta me dá saber que a nossa mentalidade é tão pequenina, que não
nos permita muitas vezes ver para além das nossas quatro paredes … Que história
é essa do” entre o marido e a mulher ninguém mete a colher ?” …que pequenez de
espirito é a nossa que podemos até pensar
“ela(e) merecia” … com que direito não olhamos com mais atenção para os
sinais de quem nos rodeia … e acima de tudo, porque razão se demora tempo a
tanto a agir nestas situações ? …
Às vezes choro, só de pensar na angústia com estas mulheres
vivem (digo mulheres, pois 85% das vitimas são mulheres… eu sei, voltei a falar
de números) … às vezes choro por pensar nos sonhos desfeitos de todas elas… na
falta de amor e acima de tudo na sua impotência para agir … Às vezes choro
quando percebo ao que sujeitam os seus filhos e acima de tudo ao que se
sujeitam a si … Ontem, depois de uma reportagem que vi na SIC, chorei… chorei
muito ao ouvir os testemunhos de cada uma das vitimas … e mais chorei quando os
meus filhos depois de assistirem comigo à reportagem, me perguntaram:
“ – Mãe … e como é que as mulheres sabem, antes de se
apaixonarem (casarem/ namorarem/juntarem/…) que os seus maridos vão ser maus ?
” …
E o problema é mesmo esse … não sabem …
Por isso deixo aqui um desafio !
No dia 29 de Março, quem alinha ir comigo fazer a 12ª Corrida de Solidariedade
ISCPSI/APAV? Vejam tudo aqui !
(não precisamos de ir a correr… também há uma marcha para as
família!)
Sem comentários:
Enviar um comentário